Bom, não vou me alongar muito em apresentações porque o assunto que pretendo escrever é extenso. Sou Bárbara, do Rio de Janeiro, e cheguei aqui meio de intrometida. Fiz História e por isso minha escrita é um pouco chata, mania adquirida na faculdade, quando tínhamos de escrever muito. Não consigo ser sucinta. Peço que me perdoem se acabar sendo maçante para vocês.
Indo direto ao foco, como diz o título: Desumanização e alienação. Não vou tentar entrar no mérito de qual gera qual, mas gostaria de demonstrar como, nos dias atuais, em uma geração tão cheia de informações, ainda somo absurdamente manipulados e desvirtuados dos interesses mais necessários a nós mesmos.
Assim, pretendo falar de dois assuntos já muito comentados, mas mesmo assim muito importantes: a mídia e a internet. Como o papel dessas duas ferramentas gera atualmente essa desumanização e alienação em massa.
Por partes. Primeiramente a mídia. A mídia mais veiculada, a de acesso a (quase) todos. Utilizarei dois exemplos: revistas e televisão.
- Revistas: Me parece incrível como as revistas tem o poder de simplesmente ignorar a individualidade. Hoje em dia me parece (e essa é uma opinião com que muitos concordam) que elas servem a dois propósitos básicos: o partidarismo e a alienação.
Tomo como exemplo três revistas: a Veja, considerada por muitos a revista de “direita” do nosso país, claramente influenciada pelo PSDB; a Carta Capital, o outro lado, “esquerdista” e a Época, considerada mais de “entretenimento inteligente”.
Entendam, não sou eu quem diz isso, são muitas pessoas. Coloquei os termos em aspas (direitista, esquerdista) porque não considero que essa dualidade exista no nosso país. Oras, a Carta Capital (por um acaso, a menos acessível ao público em geral) é considerada a “Veja do PT”, mas qualquer pessoa que se considere de “esquerda” nunca concordaria que o PT faz parte dessa ideologia.
Coloco aqui então duas matérias e uma capa das três revistas citadas:
Carta Capital:
Época:
De cara percebemos o teor político das duas primeiras, e o alienante da terceira. É aí que surge o grande problema (que ocorre na internet também, já que matérias dessas revistas são veiculadas online): Qual está falando a verdade? Se atentando a fatos? Por que a preocupação em falar sobre esses temas específicos?
Acho que respondi um pouco no que disse acima. Hoje não somos cidadãos, somos ‘mercado’, ‘número de estatística’, criminoso ou oprimido, imbecis ou heróis. O que me leva a:
- Televisão: Acontece o mesmo que com as revistas, com uma dose alienante muito maior. Ninguém resiste a falar do BBB, de A Fazenda, futebol, etc. Não me levem a mal, nada contra falar sobre isso, eu mesma sou apaixonada por futebol. O problema é como esse ‘entretenimento’ desvia o foco do que é principal. O que ocorre na nossa sociedade, o que ocorre conosco.
Entendam, os jornais televisivos também são absurdamente manipulados em suas matérias. Uma propaganda política absurda é feita pela Globo por exemplo. Ganha eleição quem tem mais dinheiro pra comprar tempo no horário político GRATUITO. E quando vemos coisas absurdas acontecendo acabamos lembrando que nós mesmos é que colocamos pessoas irresponsáveis no poder.
Não estou dizendo que isso é com todos, somente demonstro que a televisão faz muita diferença no pensamento da sociedade. Estamos sendo manipulados, viramos ‘massa’. Um gado, ao invés de pessoas. A desumanização se mostra, e dá precedentes para coisas absurdas, como o que aconteceu em Pinheirinho (para citar um exemplo atual) sejam vistas por nós como coisas ‘que acontecem’. O que consideramos ‘normal’ hoje, muitas vezes deveria causar indignação.
Parte II: Internet.
A internet é considerada por muitos “livre”, mas não é. Desculpem a falta de legenda do vídeo, não achei com, mas dá pra entender o que o apresentador quer demonstrar.
"O que o Google e o Facebook estão escondendo de nós":
O problema da internet é o mesmo da mídia, com um grande diferencial: a quantidade de informações e quem as passa. Por ser “livre”, qualquer pessoa pode escrever algo, postar um vídeo, uma foto no facebook... e isso gera inúmeros conflitos. Pois vemos dois acontecimentos: a inúmera controvérsia (um posta porque gosta, outro criticando) e a veracidade. Como saber se o que há no vídeo sobre determinado assunto não é editado de forma a dar lastro ao argumento de quem postou? Como saber quem está falando de fatos e quem está inventando? E mais, experiências pessoais, por mais que sejam veiculadas, podem ser desacreditadas, pois não caracterizam fato.
Como foi falado sobre Pinheirinho, vou utilizar o mesmo exemplo. O vídeo da reintegração. Ele foi utilizado por pessoas que achavam o que ocorreu absurdo, para mostrar o governo autoritário e a PM truculenta de SJC, como foi utilizado por pessoas que acreditavam que o governo estava correto, utilizando argumentos de que armas eram não letais e só foram utilizadas para deter a truculência da população revoltada.
Pinheirinho e a desocupação:
Logo, concluo perguntando: O que é crível? O que é verdade? Há um lado certo? Há um errado? Como determinamos isso?
Sinceramente, eu (emitindo uma opinião) só posso dizer que devemos seguir nosso bom senso. Lembrar que existe o meio termo. Tentar entender e perceber o que a informação que estamos recebendo está querendo realmente nos passar.
Sei que, mesmo o post sendo longo, não me alonguei no assunto. Afinal, coisas para escrever não falta... na verdade sobra. Mas prefiro deixar aqui somente essa questão principal, nosso papel na sociedade atual e como estamos sendo absorvidos por essa cultura de massa, que nos ignora como indivíduos e nos lança à absoluta alienação, a ponto de acharmos engraçado a Luíza estar no Canadá e depois aparecer no jornal.
O que você escolhe?
http://www.youtube.com/watch?v=jB9DEZIsoIY
P.S.: Demorei um pouco, por causa de mensagens truncadas via internet, para ser adicionada, por isso o caso Pinheirinho talvez não seja mais tão recente... enfim, os exemplos poderiam ser outros mas decidi deixar porque não muda o que pretendo expôr... no mais, a Carta Capital se adiantou a mim e fez uma reportagem sobre o fenômeno internet e esse 'comportamento de gado' que nos expomos:
P.S.: Demorei um pouco, por causa de mensagens truncadas via internet, para ser adicionada, por isso o caso Pinheirinho talvez não seja mais tão recente... enfim, os exemplos poderiam ser outros mas decidi deixar porque não muda o que pretendo expôr... no mais, a Carta Capital se adiantou a mim e fez uma reportagem sobre o fenômeno internet e esse 'comportamento de gado' que nos expomos:
No mais, foi um prazer poder escrever aqui. Abraços.