Boa noite.
Meu nome é Filipe Rocha. 31 anos, formado e pós-graduado na área de Letras. Rock'n'roller convicto, adepto do PUNK rock e afins (mas sem mediocridade, meu gosto musical é bem amplo). Sou guitarrista do SLOWNAGY (www.myspace.com/slownagy) e baixista do SUPERDRIVE (http://www.myspace.com/superdriveband). Dou aulas de Inglês, faço traduções (precisando...). Também já me meti a organizar eventos de bandas underground. Curti horrores, mas tive que parar por motivos financeiros.
Venho contribuir para o blog do meu amigo Otávio como pensador e questionador. Gosto de trocar idéias e de me expressar, acho que precisamos disso.
Agradeço muito o convite de Otávio, já chego mandando um abraço a todos os envolvidos com o o blog.
E que se acenda o estopim!!
sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012
quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012
Da batata... aos 5 macacos (parte IV)
Acho que vou fechar esta "trilogia da batata de 4 partes" neste tópico.
Queridos leitores... Eu iria agradecer pelas 2000 visualizações totais (desde a criação do Estopim), no começo de fevereiro, mas mal pude notar quando ultrapassamos esta marca, e também passamos as 2500 visualizações. Antes que chegue às 3000, vim dar o ar da graça! Demorei para voltar a escrever, mas assim o farei pois parece que a galera deu uma acalmada.
Gostaria de agradecer pela assiduidade/constância nos acessos, me deixa muito contente! =D
Ah, e vou adotar o sistema do Giuliano de separar em tópicos para facilitar visualização!
5 Macos + Batata
Vou começar contando uma história para vocês.
Provavelmente já tenham ouvido este conto, seja com banana ou com batata doce, mas é assim:
'Cientistas fizeram um experimento, onde colocaram 5 macacos em um recinto. No centro deste recinto, havia uma escada/plataforma que os macacos poderiam chegar no topo, onde havia uma batata doce. Assim que um macaco pegasse a batata, era disparado um jato de água muito forte nos macacos que estavam embaixo.
Isso repetiu-se por 3 ou 4 vezes, até que, quando um macaco tentava subir na escada, os outros quatro desciam porrada nele, e puxavam para baixo.
Terminada esta etapa de "educação" dos primatas, substituíram um macaco, que tentou nem tentou subir e foi coibido pelos demais. E desistiu na primeira tentativa.
E o segundo a ser substituído, sequer tentou escalar as escadas, bem como o terceiro, quarto e quinto. Quando todos macacos foram substituídos, nenhum deles escalava a escada, e a batata doce ficou lá; eles queriam a batata, mas por motivo qualquer eles não iam atrás. E nenhum deles viu um jato de água, estavam ali por estarem.'
Esta é nossa realidade.
Desmentindo o mito:
Esta história é só uma lenda urbana, ora contada como 5, ora como 8 macacos. Entendam como quiser.
Mas é um mito. Alguns dizem que foram cientistas ingleses, outros, japoneses.
Na verdade, é uma citação de dois escritores ocidentais, Watson e Keyes, que são Gurus "New Age". Elayne Myers, que não sei quem é, mas lendo os artigos presentes nos volumes 2,3 e 6 do Centro de Estudos de Macacos do Japão, disse que o fenômeno não seria sustentado pelos primatas.
Posteriormente, ao ser analisado a fundo, o fenômeno foi pesquisado pela "Sociedade Céticos" (Skeptic Society), onde, sob uso de literatura adequada do filósofo Ron Amudson, e apoio de vários biólogos, demonstrou que o mito seria possível, se aplicado a uma população de mais de cem macacos.
Ok, e?
Acontece que a adaptação não seria tão rápida, levaria anos, e substituição dos macacos velhos por novos, assim que os velhos morressem. Os macacos velhos insistiam em subir na escada, não se importando em apanhar, enquanto os novos aprendiam com os mais velhos que apanhariam, por observação. Seria um efeito bem mais 'mundano', com características quase humanas. Mas aconteceria. Embora não da forma prevista.
E o que eu e você temos a ver com isso?
De verdade? Nós somos os macacos.
E não, não estou falando do cunho evolutivo, de onde erroneamente dizem que viemos do macaco. Não viemos do macaco! Temos um ancestral em comum!!! Tem uma GRANDE diferença, mas não vou explicar de genética nesta postagem, fica pra próxima!
Somos os macacos, e nos tornamos alienados a uma realidade, a uma condição imposta.
Um exemplo prático?
O que fazem quando vêem um morador de rua? Que tipo de apoio prestam? Não financeiro, até porque não é disso que precisam. Quantos aqui tem alguma atitude em prol dos moradores de rua?
Recentemente, Vitor Suarez Cunha, 21 anos (rapaz, desculpe por vincular seu nome aqui. Aceito reclamações posteriores), para quem não sabe, foi o rapaz que foi espancado, no Rio de Janeiro, após pedir para que cinco jovens parassem de bater em um morador de rua.
O interessante é que ele não considerou o ato como heroico, e disse que faria de novo. Ele é um macaco diferente de nós, que estamos alienados. E ele apanhou por isso. Apanhou tanto que colocaram 63 pinos no rosto dele. E mais, disse que faria tudo de novo.
Ok, foi um exemplo LITERAL do assunto. O cara é sim meu herói, e se eu encontrar ele na minha frente eu sentiria vergonha de ser o que sou, com pessoas como ele por aí.
Mas onde quero chegar?
Somos alienados por condições impostas há muito tempo. Repetimos jargões ditos em outras eras (afinal, as eras andam mudando com uma grande constância neste ritmo acelerado que estamos atirados). Refazemos o que sabemos que é errado, continuamos com atitudes prejudiciais a nós mesmos a ao meio ambiente e ao coleguinha.
Acenamos positivamente com a cabeça quando vemos um bandido sendo morto, ou quando um grupo de sem-tetos é expulso de uma região. Ou quando vemos um filme qualquer, feito por um grupo de pessoas que usa de esteriótipos para manipular do que gostamos ou não.
E esse é o real problema. Nos deixamos manipular. Como a Bárbara disse, em texto anterior, a mídia nos manipula. As propagandas nos manipulam. Mesmo os livros (quanto mais comercial, mais manipulador, generalizando).
Nos adequamos a nos adequar ao que os grandes querem. E como Robert Happé disse uma vez: nós não gostamos disso, as empresas, nossos chefes, nossos professores também não gostam; ninguém gosta - mas continuamos assim, e sofremos! E continuamos a sofrer, mesmo sabendo que estamos errados!
Por que não há a quebra deste paradigma? Para quem não sabe, 'paradigma' é um padrão a ser seguido, um modelo concebido, cientificamente, filosoficamente.
Nós permitimos que houvesse essa matriz pela qual passamos. Temos nossa cabeça condicionada a sobreviver neste meio.
De fato, não vou encerrar este assunto aqui, deixo aberto para discussões e ideias que me ajudem a concluir o tema. Assim que discutirem o suficiente, coloco a segunda parte.
Mas dou uma lição de casa para vocês, que explico no próximo tópico que colocar aqui: CONVERSEM com um morador de rua. Se não têm esse apetite todo, converse com algum vizinho que você nunca conversou. Procurem saber a história dessa pessoa, experimentem conhecer um indivíduo que não partilha das mesmas ideias que você, e me contem como foi.
Com carinho,
Vud o/
Queridos leitores... Eu iria agradecer pelas 2000 visualizações totais (desde a criação do Estopim), no começo de fevereiro, mas mal pude notar quando ultrapassamos esta marca, e também passamos as 2500 visualizações. Antes que chegue às 3000, vim dar o ar da graça! Demorei para voltar a escrever, mas assim o farei pois parece que a galera deu uma acalmada.
Gostaria de agradecer pela assiduidade/constância nos acessos, me deixa muito contente! =D
Ah, e vou adotar o sistema do Giuliano de separar em tópicos para facilitar visualização!
5 Macos + Batata
Vou começar contando uma história para vocês.
Provavelmente já tenham ouvido este conto, seja com banana ou com batata doce, mas é assim:
'Cientistas fizeram um experimento, onde colocaram 5 macacos em um recinto. No centro deste recinto, havia uma escada/plataforma que os macacos poderiam chegar no topo, onde havia uma batata doce. Assim que um macaco pegasse a batata, era disparado um jato de água muito forte nos macacos que estavam embaixo.
Isso repetiu-se por 3 ou 4 vezes, até que, quando um macaco tentava subir na escada, os outros quatro desciam porrada nele, e puxavam para baixo.
Terminada esta etapa de "educação" dos primatas, substituíram um macaco, que tentou nem tentou subir e foi coibido pelos demais. E desistiu na primeira tentativa.
E o segundo a ser substituído, sequer tentou escalar as escadas, bem como o terceiro, quarto e quinto. Quando todos macacos foram substituídos, nenhum deles escalava a escada, e a batata doce ficou lá; eles queriam a batata, mas por motivo qualquer eles não iam atrás. E nenhum deles viu um jato de água, estavam ali por estarem.'
Esta é nossa realidade.
Desmentindo o mito:
Esta história é só uma lenda urbana, ora contada como 5, ora como 8 macacos. Entendam como quiser.
Mas é um mito. Alguns dizem que foram cientistas ingleses, outros, japoneses.
Na verdade, é uma citação de dois escritores ocidentais, Watson e Keyes, que são Gurus "New Age". Elayne Myers, que não sei quem é, mas lendo os artigos presentes nos volumes 2,3 e 6 do Centro de Estudos de Macacos do Japão, disse que o fenômeno não seria sustentado pelos primatas.
Posteriormente, ao ser analisado a fundo, o fenômeno foi pesquisado pela "Sociedade Céticos" (Skeptic Society), onde, sob uso de literatura adequada do filósofo Ron Amudson, e apoio de vários biólogos, demonstrou que o mito seria possível, se aplicado a uma população de mais de cem macacos.
Ok, e?
Acontece que a adaptação não seria tão rápida, levaria anos, e substituição dos macacos velhos por novos, assim que os velhos morressem. Os macacos velhos insistiam em subir na escada, não se importando em apanhar, enquanto os novos aprendiam com os mais velhos que apanhariam, por observação. Seria um efeito bem mais 'mundano', com características quase humanas. Mas aconteceria. Embora não da forma prevista.
E o que eu e você temos a ver com isso?
De verdade? Nós somos os macacos.
E não, não estou falando do cunho evolutivo, de onde erroneamente dizem que viemos do macaco. Não viemos do macaco! Temos um ancestral em comum!!! Tem uma GRANDE diferença, mas não vou explicar de genética nesta postagem, fica pra próxima!
Somos os macacos, e nos tornamos alienados a uma realidade, a uma condição imposta.
Um exemplo prático?
O que fazem quando vêem um morador de rua? Que tipo de apoio prestam? Não financeiro, até porque não é disso que precisam. Quantos aqui tem alguma atitude em prol dos moradores de rua?
Recentemente, Vitor Suarez Cunha, 21 anos (rapaz, desculpe por vincular seu nome aqui. Aceito reclamações posteriores), para quem não sabe, foi o rapaz que foi espancado, no Rio de Janeiro, após pedir para que cinco jovens parassem de bater em um morador de rua.
O interessante é que ele não considerou o ato como heroico, e disse que faria de novo. Ele é um macaco diferente de nós, que estamos alienados. E ele apanhou por isso. Apanhou tanto que colocaram 63 pinos no rosto dele. E mais, disse que faria tudo de novo.
Ok, foi um exemplo LITERAL do assunto. O cara é sim meu herói, e se eu encontrar ele na minha frente eu sentiria vergonha de ser o que sou, com pessoas como ele por aí.
Mas onde quero chegar?
Somos alienados por condições impostas há muito tempo. Repetimos jargões ditos em outras eras (afinal, as eras andam mudando com uma grande constância neste ritmo acelerado que estamos atirados). Refazemos o que sabemos que é errado, continuamos com atitudes prejudiciais a nós mesmos a ao meio ambiente e ao coleguinha.
Acenamos positivamente com a cabeça quando vemos um bandido sendo morto, ou quando um grupo de sem-tetos é expulso de uma região. Ou quando vemos um filme qualquer, feito por um grupo de pessoas que usa de esteriótipos para manipular do que gostamos ou não.
E esse é o real problema. Nos deixamos manipular. Como a Bárbara disse, em texto anterior, a mídia nos manipula. As propagandas nos manipulam. Mesmo os livros (quanto mais comercial, mais manipulador, generalizando).
Nos adequamos a nos adequar ao que os grandes querem. E como Robert Happé disse uma vez: nós não gostamos disso, as empresas, nossos chefes, nossos professores também não gostam; ninguém gosta - mas continuamos assim, e sofremos! E continuamos a sofrer, mesmo sabendo que estamos errados!
Por que não há a quebra deste paradigma? Para quem não sabe, 'paradigma' é um padrão a ser seguido, um modelo concebido, cientificamente, filosoficamente.
Nós permitimos que houvesse essa matriz pela qual passamos. Temos nossa cabeça condicionada a sobreviver neste meio.
De fato, não vou encerrar este assunto aqui, deixo aberto para discussões e ideias que me ajudem a concluir o tema. Assim que discutirem o suficiente, coloco a segunda parte.
Mas dou uma lição de casa para vocês, que explico no próximo tópico que colocar aqui: CONVERSEM com um morador de rua. Se não têm esse apetite todo, converse com algum vizinho que você nunca conversou. Procurem saber a história dessa pessoa, experimentem conhecer um indivíduo que não partilha das mesmas ideias que você, e me contem como foi.
Com carinho,
Vud o/
sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012
O Google e suas políticas (parte 3)
Estamos, desde anteontem, dando uma espiadinha nas mudanças de
políticas do Google, que vão entrar em vigor em março deste ano. Vimos como a política
de privacidade é tanto sobre a segurança dos dados quanto que dados são
capturados, bem como a forma que o Google usa esses dados. Mas, além disso, nós
aceitamos usar os serviços de acordo com algumas regrinhas, que são descritas nos...
TERMOS DE USO
Esse é mais tranquilo. É o
contrato que você aceita ao criar sua conta no Google, e também,
implicitamente, ao usar os serviços disponíveis. Fala sobre a proteção de
direitos autorais, sobre o Google poder usar informações de uso suas para
melhorar os serviços (e as propagandas, of
course), privacidade (referencia a política anterior) e de quem é a
responsabilidade sobre vários assuntos.
Por exemplo: a empresa vai
tentar, de todas as formas, se proteger de danos causados por usuários, mas se
o usuário estiver usando tudo corretamente, não evitará de sofrer penalizações
por danos causados ao usuário, de acordo com os direitos do consumidor do país
do usuário, inclusive.
Sobre responsabilidade: não
garantem nada. Como boa parte do
conteúdo exibido pela Google não é de sua autoria, ela tira o dela da reta como
puder, não garantindo nada além de tentar manter o serviço de pé, já que
acredita ser sua responsabilidade com o usuário, desde que ela ofereceu o
serviço.
Aliás, por falar em garantias,
existe a citada, que é a garantia de qualidade, e tem também garantia de
segurança de informação e de acesso aos dados de um serviço a qualquer momento,
em especial se este acabar por ser encerrado ou descontinuado.
Existe uma parte, de onde vem a
maior parte das críticas, que existe desde sempre e que continua neste
contrato. Eu vou colar ela inteira para que seja bem transparente a visão do que
é dito lá:
“Quando você faz upload ou de algum modo envia conteúdo a nossos Serviços, você concede ao Google (e àqueles com quem trabalhamos) uma licença mundial para usar, hospedar, armazenar, reproduzir, modificar, criar obras derivadas (como aquelas resultantes de traduções, adaptações ou outras alterações que fazemos para que seu conteúdo funcione melhor com nossos Serviços), comunicar, publicar, executar e exibir publicamente e distribuir tal conteúdo. Os direitos que você concede nesta licença são para os fins restritos de operação, promoção e melhoria de nossos Serviços e de desenvolver novos Serviços. Essa licença perdura mesmo que você deixe de usar nossos Serviços (por exemplo, uma listagem de empresa que você adicionou ao Google Maps). Alguns Serviços podem oferecer-lhe modos de acessar e remover conteúdos que foram fornecidos para aquele Serviço.”
Por isso lembre-se sempre: você passou por lá e disse “TL;DR”, então seja cuidadoso ao vender a sua alma, porque você só tem uma xD.
E, com isso, minhas últimas palavras...
INFERÊNCIA
Ato ou efeito de inferir, do
latim, inferre: deduzir por meio do
raciocínio, tirar por conclusão ou consequência. Esta é a palavra que define o
que empresas como a Google e o Facebook fazem com a informação que lhe é
disponibilizada, de bom grado, por nós, em troca de seus serviços gratuitos (ou
quase), dos quais tanto gostamos ou precisamos.
Na computação, inferência sobre
dados é uma ferramenta poderosa, com a qual, eu tendo seu nome, sua idade, seu
parentesco, local de trabalho, fotos marcadas com os amigos que você sai, os
locais para os quais gosta de ir, os assuntos de que mais posta (digo, fala),
onde estuda/estudou, com quem se relaciona, o que busca na Internet, em quais
anúncios clica, quais vídeos assiste, o que escreve em seus documentos, como
está sua agenda para amanhã, quais são seus e-mails (você já até esqueceu do que
eu estava falando, né xD), enfim, se eu tiver todas essas informações, a tal
inferência pode me dizer mais sobre você do que você mesmo pensa, ainda que
jamais alguém escreva sua biografia.
Just connect the dots ;D
Footnotes
Para quem está a fim de ler as novas políticas,
elas estão completas e acompanhadas de um resuminho (e de suas versões
anteriores) em http://www.google.com.br/intl/pt-BR/policies/privacy/. Eu recomendo altamente a leitura, já que lá você pode encontrar informação muito clara e objetiva, de uma forma que, por brevidade, eu não usei aqui. Boa leitura :-)
Um passado um Futuro e um Presente na pá de um trator nas mãos de um governo assassino.
No dia 02-02 em São José dos
Campos onde ocorreu o Ato em apoio aos
moradores que foram desalojados no Pinheirinho. Dois ônibus saíram da Unicamp levando
estudantes e doações, essas que foram entregues em mãos aos desalojados. Antes
de irmos para o alojamento e depois do ato que o ocorreu, com, chuto eu, mais
de cinco mil pessoas, passamos tristes e amargurados 15 minutos sobre os
escombros de onde ficava uma das maiores ocupações urbana da America Latina, e
agora não passa de muito entulho caído no
chão, e no meio de tijolos, pedras e concreto, encontra-se um sentimento de
revolta materializados em objetos deixados para trás, cadernos, brinquedos,
moveis comprados com muito trabalho e roupas, com uma marca famosa estampada,
era nada mais nada menos que um uniforme do Mc Donald, deixando claro que quem
deixou aquilo lá, são trabalhadores e
trabalhadoras, que com seus baixos salários não poderiam de forma alguma manter
uma família de forma digna e ainda pagar os altíssimos alugueis para
especuladores imobiliários, mostrando pra quem quisesse ver, quase escrito
naquelas ruínas, “Aqui morava a família de um(a) trabalhador (a)”, diferente de como
muitos pessoas reproduzem o que querem os poderosos, que naquele lugar só tinha
bandido e aproveitador que queria terra de graça. Saindo das ruínas fomos até
um dos “alojamentos”, se é que assim pode ser chamado, onde esta uma parcela
dos moradores expulsos de suas casas, e lá encontramos todos em condições
desumanas, das quais eu e outro companheiro, do rompendo amarras que fotografava o dia, nos sentimos mal de registrar, e assim nem ligamos nossas câmeras. Uma frase
colocada em uma das barraquinhas de lona montada em um ginásio de esporte,
apoiada onde deveria ser um banco de reservas, onde no momento em que chegamos
estava sentada uma criança de uns 13 anos, chamou minha atenção com a seguinte
descrição “ Rua da esperança. Sem número, sem teto”. Pois é essa a política dos
nossos governantes vigentes. No caminho para casa, passamos novamente ao lado
de pinheirinhos, e seguimos estrada, sem demora, quando já findava os escombros
da barbárie , surgiu uma portaria luxuosa, e logo atrás dela algumas dezenas de
mansões. Indignação, tristeza, e vergonha de ser brasileiro isso que eu, e creio
que todos nós que tivemos essa experiência, sentimos. Mas toda essa indignação
se refletiu em nossas palavras de ordem que entoamos durante todo o dia, às
vezes com um sorriso no rosto, mas um sorriso por encontrar mais pessoas que
estão do lado na nossa luta, que hoje foi por Pinheirinho, mas que sem dúvida é uma guerra longa contra todas as formas de exploração de um sistema
capitalista. . Se for provado que esse governo não
é assassino de pessoas, é no mínimo um exterminador de sonhos.
quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012
O Google e suas políticas (parte 2)
A Google é uma gigante da
Internet e dela depende para viver. Seu domínio é o processamento de informação
presente na rede, e é disso que ela vive, e é isso que ela sabe fazer, e muito
bem. Mas como a Google trabalha? É isso
que nos leva ao nosso próximo tópico...
DATAZ,
WE NEED MOAR DATAZ
Dados são tudo. E quanto mais,
melhor. Rola uma história no IFGW que teve um cara que repetiu aquele
experimento medíocre de jogar bolinha na rampa over nine thousand vezes, só pelos dados. Por quê? Maluco? Sim, mas
é claro que só um louco para perder a vida com isso. Mas, além de tudo, ele fez
isso para disponibilizar um conjunto de dados tão rico que qualquer análise
posterior poderia ajudar a manter a física clássica de pé, pelo menos até onde
se precisa dela.
O que a Google faz é usar a
Internet para obter dados sobre... tudo. Em poucas palavras, ela vasculha a
internet via links entre as páginas (técnica chamada de Web Crawling) para
extrair tudo da rede, e indexar cada conteúdo para uso futuro.
Fora os dados, a Google
disponibiliza serviços gratuitos (boa parte) via cadastro, o que rende as
informações mais valiosas que ela poderia ter: as suas. Ou melhor, as nossas.
Bem, obtidos os dados, vamos ao que interessa...
PROCESSAR
TODOS OS DADOS!
Sempre falei isso para as pessoas: não importa se o Google
ou o Facebook guardam poucos de seus dados. O perigo não reside nos dados, e
sim o que se pode fazer com eles.
Então vamos à prática. Eu sei ou tenho noção do que o Google
faz com esses dados? Mais ou menos, mas não vou saber nem em sonho quais são os
experimentos que eles fazem por lá. Nos importa saber das novas políticas e os
pontos importantes que ligam nós, nossos dados, e o Google.
POLÍTICA DE PRIVACIDADE
Essa aí dita o que o Google se permite fazer com seus dados.
Au point.
- · O Google se permite usar suas informações pessoais e combiná-las com informações de uso tiradas de outros de seus serviços e de terceiros para aprimorar a qualidade dos produtos fornecidos.
- · Pode fornecer essas informações a terceiros se achar que, além de isso ter garantia de segurança de informação, for necessário para cumprir obrigações legais ou impedir o abuso de usuários às informações de outros, bem como danos a outrem.
- · Ele pede por cookies para armazenar pequenas informações, como preferências de uso, em seu computador.
- · Garante a si o privilégio de armazenar, se achar necessário, informações sobre uma requisição de uso, como idioma do navegador, endereço IP, hora e data da solicitação e a solicitação HTTP feita. Isso também inclui a própria interação com o serviço (onde você clicou, de onde veio) e qualquer outra informação que possa identificar o navegador e a conta. Isso inclui o dispositivo usado no acesso, seja ele um computador ou um smartphone. Inclui também informações de hardware, problemas, número de telefone (se aplicável), coisas do tipo.
- · Quando você usa uma extensão de terceiros por meio do Google, os dados são processados de acordo com esta política. Os dados coletados pelo terceiro sofrem a política do mesmo.
- · O Google pode pedir informações de localização geográfica suas. Isso pode incluir dados de GPS de celular (ele pergunta antes, é claro), informações de GeoIP, referenciamento via informações de dispositivos próximos, o que estiver disponível e for aplicável.
- · Ao usuário são dadas ferramentas para restringir e personalizar como as informações são tratadas, onde podem ser usadas, como e quais podem ser exibidas e quais podem ser capturadas.
- · Ah, é claro: o Google pode usar as informações (todas elas) para decidir do oferecimento de produtos e serviços, bem como a ordenação de links patrocinados que aparecem por todos esses serviços.
- · As informações coletadas também são usadas a fim de fornecer, manter, proteger e melhorar os serviços e proteger os direitos e propriedades do Google e de seus usuários.
Esses são alguns dos pontos interessantes do documento. É
bom adicionar que o Google cuida desses dados do melhor jeito que pode, e eu
realmente acredito nisso. A sacanagem é se os dados caem em mãos erradas. Ou
quem sabe já estejam... MWA-HA-HA.
quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012
O Google e suas políticas (parte 1)
Dia desses eu fui usar o serviço
de tradução do Google e notei uma linha de aviso logo acima das caixas de texto
na página. Ela dizia:
We’re changing our
privacy policy and terms. This stuff matters. Learn more Dismiss
|
QUAL É A DESSE ARTIGO?
É, desse tamanho aí mesmo. A
empresa está trocando seus Termos de Uso e Política de Privacidade. As novas
entrem em vigor em 1 de março, e ela está avisando todo mundo já deve ter algum
tempo.
POR
QUE DIABLOS EU ESCREVI ISSO?
Não vai ter muita gente perguntando
“bah, e eu com isso?” porque claro que todo mundo sabe que essas regras se
aplicam a todos aqueles que usam algum serviço do Google, seja ele o buscador,
o Gmail, Youtube, Translator, Maps, Docs, News, Groups, Adsense, Adwords,
Alerts, Calendar, Blogger, Books e, é claro, produtos fora da nuvem, como o
Android e o Chrome. Então todo mundo que usa sabe que pdoe ser afetado.
Mas, por outro lado, a reação
geral é “okay, TL;DR¹ nesse negócio, eu sempre checo o ‘aceito’ e boa”. Até
hoje não te deu problemas (provavelmente), então notícia pra você: vai
continuar não dando (provavelmente).
Não que ficar lendo todos os mais
de 60 contratos que estão sendo substituídos seja mentalmente saudável e viável
em questão do tempo, mas cabe a nós ter pelo menos idéia do que está mudando,
afinal são nossos dados.
OS
MOTIVOS DO GOOGLE
Voltando ao número, de acordo com
o Google, mais de 60 políticas estão sendo substituídas por uma única, o que
deverá facilitar aos usuários saber o que acontece e torna mais simples a aceitação
das condições de serviço (já que serão únicas). O Google tem se esforçado para
integrar ao máximo seus serviços, de forma a disponibilizar suas ferramentas de
forma complementar. É assim que você responde a uma thread² no Groups com um
vídeo do Youtube seguido de um formulário do Docs, e ainda pode compartilhar os
resultados da planilha via Gmail.
O
DRAMA
Google disponibiliza serviços,
pessoas entram, pessoas aceitam o contrato sem ler (diversas vezes), pessoas
usam o serviço, pessoas são surpreendidas aleatoriamente, pessoas postam no
Facebook/Twitter ibagens rclamando da
Google por “não respeitar sua privacidade”. Assim é a vida, com ela viver temos
que.
Pois é, mas essa é a inspiração
deste artigo, evitar semanas de desentendimentos de Facebook porque alguém
postou esse lixo e 8.426 pessoas curtiram, e 14.377 pessoas compartilharam o
post. Isso e outros mais, que eu vou restringir à imaginação de quem estiver
lendo.
A próxima parte fala um pouco
sobre o Google, o que ele faz, e traz a primeira parte do assunto: a política
de privacidade. Até lá ;)
¹TL;DR: “Too long; didn’t read”,
jargão para “muito longo, nem li”. Demonstra nossa preguiça em ler as coisas xD
²Thread: a tradução mais
interessante é “tópico”, como os de fóruns online. Alguém posta o assunto e os
outros chamados no assunto comentam. No caso, o tópico é um email enviado via
lista.
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